Nas circunstâncias muito difíceis nosso frágil ego busca mecanismos de autoproteção. Uma das formas mais comuns é a negação da realidade, modo “faz de conta que está tudo bem”, mesmo que as evidências indiquem o contrário. Ignorar mudanças de cenário e ficar parado nas estruturas que não fazem mais sentido ou mostrar indiferença são atitudes de negação.
Há os que enxergam ao redor, entendem o que se passa, e assim mesmo não se dispõem a fazer mudanças, mesmo que simples. Têm os olhos em perfeito estado, raciocinam bem, no entanto, agem na contramão. A energia vital circula em torno de lamentações e de empenho na manutenção de suas rotinas, mesmo que infrutíferas. Talvez seja isso um tipo sofisticado de fuga.
Outros, cientes de que a mudança é a única certeza, encaram os altos e baixos com naturalidade, sem resistência ou queixas, acompanham o fluxo da vida e suas exigências e assim afetam-se menos pelas intempéries. Por terem mente flexível e maturidade emocional, adaptam seu estilo de vida e comportamento, internalizando e apoiando novas modalidades de viver.
Outros, ainda, percebem rapidamente as situações e as assimilam. Com suas ferramentas internas de suporte como: experiência, aprendizado, curiosidade e reflexão, estofo emocional, disposição física e mental, concentram sua energia na busca de soluções em rede para a construção da nova realidade.
Quantos desafios se descortinam nos nossos tempos! Aceitar as vicissitudes da existência, aprender continuamente, desaprender velhos hábitos, ouvir melhor, fazer perguntas de valor, cultivar bons relacionamentos, abrir novos horizontes, adotar posturas diferentes, ter mais paciência, olhar para além de si e do tempo presente….
As incertezas do futuro obviamente nos causam sofrimento. Grandes mudanças impactam a todos, em maior ou menor grau.
Perante tudo isso que a gente possa fazer pausas e refletir. O hoje é semente do amanhã. Com ou sem senso de pertencimento e de perspectiva, somos coautores de um pedaço importante da história da Humanidade.